Os tamborileiros da Serra de Huelva (Andaluzia)

As referências mais antigas de um duo instrumental, composto por uma flauta e um tambor, datam do início do século XIII, segundo o estudo de Jeremy Montagu (1997). A ausência de paralelismos com qualquer modelo oriental, numa época marcada pela chegada de instrumentos árabes à Europa, sustenta a hipótese de uma invenção europeia. Os dados disponíveis mostram um surgimento, sem qualquer anterioridade ou desenvolvimento prévio, indicando que o tamborileiro alcançou popularidade em muitos lugares do continente europeu. A iconografia comprova a sua presença na Inglaterra, Península Ibérica, França e Flandres durante o séc. XIII. Outros autores, como Dorota Popławska (1998) apontam para a existência de tamborileiros em Itália, durante o final do século XIII, e na Alemanha, Dinamarca, Suécia e Baixa Silésia (actual Polónia) desde a segunda metade do século XV. Os tamborileiros eram músicos itinerantes, e o aparecimento de testemunhos iconográficos em várias partes da Europa Ocidental no início do século XIII, pode refletir a mobilidade dos executantes, e não a difusão dos instrumentos em diferentes locais, como propõe Montagu (1997). Uma das fontes iconográficas mais antigas, representando um tamborileiro, encontra-se na Catedral de Exeter, na Inglaterra, datado de 1240. Todavia, encontramos na Península Ibérica uma das representações mais importantes nas iluminuras do manuscrito das Cantigas de Santa Maria, um conjunto de quatrocentas e vinte e sete composições em galaico-português, atribuídas ao poeta e trovador galego Airas Nunes, e a Afonso X, o Sábio, durante o seu reinado (1221-1284).

Cantigas de Santa Maria, Espanha, 1260

O conjunto flauta e tambor forma parte da tradição musical de alguns países da Europa e América, com particular incidência na Península Ibérica, na região da Provença e na Inglaterra, onde reapareceu vinculado à recuperação de tradições folclóricas, fenómeno que também ocorreu nos Estados Unidos e Canadá. Na América Latina, o duo está inserido nas tradições musicais dos povos indígenas e mestiços, e pode ser encontrado no México, Peru, Equador, Bolívia, Brasil, e no noroeste argentino pelo menos até o final da década de 40, do século XX, (Hernandez Di Giorgi 2010: 18). A revalorização da flauta e tamboril enquadra-se no processo de revivificação da música de matriz rural, iniciado nos finais da década de 80, do séc. XX, por musicólogos, etnomusicólogos, estudiosos locais e músicos. Num fenómeno comparável à revitalização da gaita-de-foles na Península Ibérica, implicando o estudo, a padronização do instrumento e redes de ensino, que envolvem  investigadores, músicos, artesões e agentes culturais. A criação de associações, como a Asociación de tamborileros “Santiago Béjar” na Extremadura, os eventos como The International Pipe and Tabor Festival, em Gloucester, os sites, blogs e publicações que encontramos na internet mostram o interesse que a flauta e tamboril tem suscitado nas últimas décadas. A obra La Gaita y el Tamboril, de Alberto Jambrina e José Ramón Cid Cebrián (Diputación de Salamanca, 1989) e a obra Santiago Béjar. El hijo del tamborilero, coordenada pela Professora Pilar Barrios da Universidad de Extremadura, publicada pelo Ayuntamiento de Plasencia e Asociación de tamborileros “Santiago Béjar” em 2011 (http://descargas.nuestramusica.es/santiago_bejar.pdf), exemplificam os estudos e as dinâmicas musicais em Zamora e na Extremadura. Camilo Hernandez Di Giorgi (2010) diz-nos que a diferença entre os tamborileiros zamoranos ou estremeños reside menos no feitio dos instrumentos, do que no repertório, ou na técnica utilizada. A flauta tocada na região serrana e ao sul da província de Badajoz é um instrumento de maiores dimensões, com som mais grave e frequentemente apelidado de pito serrano. A flauta tocada no sul de Huelva e em Sevilha, o pito rociero, é em geral pequena e de som agudo. Em Portugal, o conjunto é encontrado na zona fronteiriça de Terras de Miranda (Trás-os-Montes) e no Baixo Alentejo, na margem esquerda do Guadiana. A flauta é chamada de pífaro, pífano, flauta, flaita ou fraita, esta última designação principalmente nas Terras de Miranda. No Alentejo, o termo mais utilizado nas fontes escritas e documentos é gaita. O tambor é chamado invariavelmente de tamboril.  Os instrumentos encontrados em Miranda do Douro são semelhantes aos encontrados na província vizinha de Zamora, assim como os do Alentejo guardam semelhanças com os de Huelva (Andaluzia), e com os de Badajoz (Estremadura). mostrando que a cultura expressiva ignora os limites político-administrativos dos estados. Na Andaluzia, nas comarcas de Andévalo e El Condado, província de Huelva, e na comarca de Aljarafe, província de Sevilla, a flauta é conhecida como gaita rociera, ou pito rociero, vinculando-se às romarias religiosas (Hernandez Di Giorgi 2010: 20).

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O conjunto flauta e tambor está ligado principalmente a eventos religiosos e a alguns eventos lúdicos. Na região ao sul de Badajoz e no norte serrano de Huelva, o tamborileiro está vinculado às festas das municipalidades, destacando-se nas diversas danças da região serrana: as lanzas (danças lúdico/religiosas), de Hinojales, e as diversas danzas de palos ou espadas, enquanto nas outras partes de Huelva e Sevilha, o conjunto está estreitamente ligado às romarias e festas religiosas (Hernandez Di Giorgi 2010: 22). O grupo de tamborileiros “Los Bravos”, naturais de El Cerro de Andévalo, foi o primeiro grupo que registámos, durante os rituais religiosos e lúdicos da Romería de San Isidro El Labrador (Rosal de la Frontera).

A romaria do Rocío contribuiu para popularizar o tamborileiro na província de Huelva, e permitiu implementar escolas de tamborileros afetos a diversas Hernandades, criando um repertório de fandangos e sevillanas que podemos ouvir em quase todas as romarias. No trabalho de campo desenvolvido nas romarias de Rosal de la Frontera, Aroche e Cortegana demos conta desta realidade, e inquirimos alguns tamborileiros sobre o uso de um repertório vinculado à romaria de Rocío. A resposta fundamenta-se na diversidade do repertório de sevillanas, e no desconhecimento que as novas gerações de tamborileiros têm de temas tradicionais, como a “Jotilla de Aroche”, que Antonio Rodríguez, professor da escola de tamborileiros de Rocío, interpretou, no contexto da nossa conversa.

A utilização de um repertório vinculado à romaria de Rocío também se relaciona com a interação dos músicos com um público apreciador de sevillanas divulgadas na rádio, televisão e indústria discográfica, que facilmente reconhecem e cantam. Na romaria de San Mamés, em Aroche, no final da missa romera, o grupo de flamenco “Resolana” (de Huelva) cantou “Salve Rociera”, sevillana dedicada à Virgen de Rocío, a pedido de membros da Hernandad e do público presente. Também na Romería de San Antonio, em Cortegana, fui surpreendida pelos tamborileros Félix y Samuel, naturais de Almonaster la Real, quando interpretaram o mesmo tema, na saída da Romaria.

Nas romarias de Rosal de la Frontera, Aroche e Cortegana, os tamborileiros tocaram uma série de toques próprios das peregrinações, como o toque de la diana, o toque del camino e o del romerito, inseridos no ritual religioso. Para além dos toques cerimoniais tocam fandangos e sevillanas para acompanhar os bailes durante os descansos do camino, ou animar grupos que os convidam para as suas casetas. Na romaria de San Mamés surpreendi Juan Mozo Diáz, tamborileiro de Aroche, interpretando um conjunto de temas com funções religiosas e lúdicas.

Em Cortegana, também foi possível ouvir e gravar as músicas dos tamborileiros Félix e do seu aluno Samuel, de Almonaster la Real, executadas num  contexto lúdico de interação social e musical, entre as quais a sevillana “Blanca y Azul” de Huelva.

BLANCA Y AZUL (sevillana)
Blanca y azul, Blanca y azul,
blanca y azul
es la bandera de Huelva
blanca y azul
es la bandera de Huelva
blanca y azul.

Blanca y azul
es el color del vestido
que llevas tu
es el color del vestido
que llevas tu.

ESTRIBILLO
Los dos colores los llevo
en mi corazón metió
en mi corazón metió
y en la cinta del sombrero
a la Virgen del Roció.
(…)

 

Referência bibliográficas:
Hernandez Di Giorgi, Camilo. 2010. A banda de um homem só: Estudo organológico da flauta e tambor. Dissertação apresentada ao Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do título de mestre em Música. Disponível em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000784011&fd=y

Montagu, Jeremy. 1997. “Significación del conjunto flauta y tamboril”. Txistulari, nº 172, oct. Disponível em: http://www.txistulari.com/contenidos/musikologia/montagu.htm

Poplawska, Dorota. “The Representation of Music Instruments in Stone Sculpture in Lower Silesia Until the Beginning of the 16th Century”. Polish Music Journal, Winter 1998. ISSN 1521 – 6039. Disponível em: http://www.usc.edu/dept/polish_music/PMJ/issue/1.2.98/poplawska.html

Fontes Internet:
El Tamborilero (Web de Juanma Sánchez). Consultável: http://www.tamborileros.com
The Taborers Society (Web-Site). Consultável em: http://pipeandtaborfestival.wordpress.com/
Asociación Cultural de Tamborileros Norte de Extremadura Santiago Béjar. Consultável em: http://www.tamborileros.net/index.htm
Pasado, Presente y Futuro de la Faluta y el Tamboril en Castilla y Léon”. Consultável en: http://musicatradicional.net/pasado-presente-y-futuro-de-la-flauta-y-el-tamboril-en-castilla-y-leon/
“La vida y al habla en la gaita y el tamboril Salmantino” (Valladoli). Consultável em http://www.funjdiaz.net/folklore/07ficha.php?ID=338
“Santiago Béjar. El hijo del tamborilero”. Consultável em: http://descargas.nuestramusica.es/santiago_bejar.pdf
Iniciación a la práctica instrumental. Consultável em: http://www.tamborileros.com/pdf/tamboril%20y%20flauta%20-%20iniciacion%20a%20la%20practica%20instrumental.pdf
“El tamborilero. Hablan la flauta y el tamboril”. Consultável em: http://www.vivirextremadura.es/el-tamborilero-hablan-la-flauta-y-el-tamboril/
“La Flauta y tamboril en el noreste de Portugal” (Gwilym Davies, 2010). Consultável em: http://www.pipeandtabor.org/the-pipe-and-tabor/pipe-and-tabor-worldwide/pipe-and-tabor-traditions-in-ne-portugal/la-flauta-y-tamboril-en-el-noreste-de-portugal/
Arquivo Sonoro Ernesto Veiga de Oliveira (1961). Consultável em: http://alfarrabio.di.uminho.pt/arqevo/
“Os tamborileiros do Baixo Alentejo” – série documental: O Povo que Canta 6.º programa. Consultável em: http://www.michelgiacometti.com/pdf/volume_2.pdf
Projecto Tocar de Ouvido promovido pela Associação Portuguesa para o Estudo e Divulgação da Gaita-de-foles em 2007 (tamborileiros). Consultável em: http://www.gaitadefoles.pt/tocardeouvido/2007/flautatamborileiro.htm
“Flauta e tamboril nordestinos vão ser padronizados” (Dez. 2013). Consultável em: http://www.publico.pt/local-porto/jornal/flauta-e-tamboril-nordestinos-vao-ser-padronizados-27596891
“Al son de la Escuela de Tamborileros”. Consultável em: http://www.huelvainformacion.es/article/huelva/1454384/son/la/escuela/tamborileros.html
Hermandad de Huelva (Músicas). Consultável em: http://www.hermandaddehuelva.com/?page_id=1066

“I Encuentro de Tamborileros de la Hermandad del Rocío de Huelva”. Consultável em: http://www.rocio.com/index.php?contenido=2765
Escuela de Tamborileros “Hermandad de Ntra. Sra. del Rocío de Dos Hermanas”. Consultável em: http://www.rociodoshermanas.es/index.php?option=com_content&view=article&id=242%3Aescuela-de-tamborileros-qhermandad-de-ntra-sra-del-rocio-de-dos-hermanas&Itemid=92

 

 

 

Romería de San Mamés, una devoción popular transfronteriza en Aroche (Huelva)

El culto a San Mamés en la Península Ibérica es muy antiguo, y muy difundido en los signos XI, XII y XIII, principalmente en las zonas donde el pastoreo de ganado bovino y ovino era más intenso. La advocación a este santo es muy común en Portugal, Asturias, Cantabria, Castilla-León, Aragón o La Rioja, donde no sólo hay localidades con esta denominación sino también numerosas iglesias, ermitas, romerías y ferias. La construcción de la ermita de San Mamés en Aroche coincide con la venida de los ganados del Real y Honrado concejo de la Mesta, siglo XIII, “y es comprensible que un lugar tan inhóspito los pastores necesitaran un espacio donde dirigir sus oraciones pidiendo protección para su personas y ganados” (Rodríguez Guillén, 2004: 170). La Mesta era una asociación de ganaderos que regulaba la trashumancia de ganado, y estaba controlada por la nobleza castellana. La lana era el principal producto de exportación que se dirigía a Flandes (Bélgica y Holanda). “Los desplazamientos y estancias hicieron que los pastores mesteños dejaran a los arochenos como herencia parte de sus costumbres y tradiciones, como fue el caso de la veneración a santos norteños, uno de los cuales, San Mamés, se ha convertido con el tiempo en patrón de Aroche. Esta forma de vida les llevó a elegir una iconografía próxima al mundo ganadero, pues al Santo arocheno además del misal le acompañan un cayado de pastor. Dentro de la dehesa de propios de Cortedelana, cercana al cerro de La Charneca, construyeron una ermita en honor a San Mamés, quedando hoy solamente sus ruinas. Era una edificación pequeña, de tradición románica, construida con materiales de los alrededores, de una sola nave y abside, cubriéndose con la característica teja árabe” (Félix Soria , inédito). Antonio Rodríguez Guillén (2003) afirma que “a mediados del siglo XVII, en 1621, era visitada por Rodrigo Caro, que dice que estaba “situada en el actual término de Rosal de la Frontera, próxima a la de San Isidro, en lo alto de un cerro conocido documentalmente como “Llano del Cabezo”. (…) Entre 1725 y 1728 se realizaron obras pidiendo dinero en las villas de Aroche y Santa Bárbara y en la portuguesa de Serpa, donde la devoción al Santo era grande. En el 13 de Julio de 1749 Don Francisco de Melo (Conde de Ficalho), dona 3000 ladrillos y 20 cahices de cal, para la restauración que se está realizando, y es una prueba de la devoción que se le tiene al Santo al otro lado de la frontera” (2004: 172). La fiesta duraba tres días y se celebraba por la Pascua de Pentecostés, teniendo un ámbito transfronterizo al reunir a los vecinos de poblaciones como Aroche, Santa Bárbara de Casa, Cabezas Rubias, Rosal de la Frontera y Vila Verde de Ficalho. “A la solemne misa le seguía la procesión por los alrededores de la ermita de una imagen de San Mamés de estilo románico y actividades lúdicas como la comida de hermandad, bailes de danzas, mascaradas, fuegos artificiales y capeas de toros” (en Félix Sancha Soria: “90 años de la Hermandad de San Mamés”).

Las romerías son rituales festivos celebrados en lugares rústicos cuyo potencial performativo se manifiesta mediante rituales y símbolos. “Como otros tipos de fiestas, desempeñan funciones religiosas y lúdicas, pero también cívicas o políticas, ya que suscitan sentimientos de pertenencia e identidad grupal, local y nacional” (Homobono Martínez 2012: 43). La romería de San Mamés es una peregrinación a la ermita, alejada del pueblo, una fiesta en el doble sentido litúrgico y festivo, de conmemoración religiosa y de reencuentro anual propicio para la celebración lúdica, turística y participativa; cuyas tres referencias fundamentales son los lugares de origen de los romeros; el camino, que requiere varias horas de viaje a pie y la ermita, así como la relación mágicoreligiosa con el Santo, de exaltación de la comunidad aronchera. La ermita, situada en la periferia del territorio comunitario, es el polo alternativo del universo sagrado popular: “representa una religiosidad no institucional ni jerarquizada, que suscita la desconfianza de la autoridad eclesiástica”. Es en torno a ermitas y santuarios, donde se conservan con mayor vigencia las creencias populares y tiene lugar todo un sistema de rituales colectivos. Las romerías suscitan sentimientos de pertenencia e identidad cultural, funcionando como una construcción memorial e identitaria de la comunidad local rural y de otras lealtades más amplias (comarca, región y/o nación). Los rituales festivos son intrínsecamente polisémicos, y comprenden una pluralidad de significados no siempre iguales para todos los participantes, todavía las secuencias rituales y festivas que se suceden durante una romería no varían significativamente: subida, llegada, actos devocionales, liturgia, procesión, comensalismo, música y baile.

En las romerías la música tradicional posee una consistencia performativa intuitiva, cuando sus ejecutantes poseen una gramática e un sistema musical interiorizados que transmiten por medio de prácticas sociales. Es imposible disociar la música de la dimensión ritual de las romerías, especialmente significante en los procesos de producción e experiencia musical tradicional. Cualquier performance musical es un evento integrado y padronizado de un sistema de interacciones sociales, cuyo significado no puede ser entendido o analizado separado de las restantes componentes del sistema cultural (Blacking 1995: 226-227). La romería de San Mamés se ha convertido en un referente identitário, donde se ha reafirmado el sentido de comunidad de los arochenos y demostrado la hospitalidad para con los vecinos y forasteros. Todavía, los rituales estético-musicales, con grupos de tamborileros y de flamenco, siguen cada vez más el modelo institucionalizado y patrimonializado de la Romería de Rocío.

 

Referencias bibliograficas:
Blacking, John. 1995. “Music, Culture and Experience”, in Music, Culture & Experience, Chicago, University of Chicago Press, pp. 223-242

Homobono Martínez, José Ignacio. 2012. “Dimensiones nacionalitarias de las fiestas populares: lugares, símbolos y rituales políticos en las romerías vascas”, Zainak. 35: 43-95.

Rodríguez Guillén, Antonio. 2004, “La Mesta y el Gallego”, XVIII Jornadas del Patrimonio de la Comarca de la Sierra de Huelva, Diputación Provincial, Rosal de la Frontera, 153-189: http://www.federacionsierra.es/media/documentos/doc105.pdf

Sancha Soria, Félix (inédito) “La Mesta, El Gallego y la ermita de San Mamés”, en Historia de Aroche.

Félix Sancha Soria (2013) “90 años de la Hermandad de San Mamés”: http://www.huelvainformacion.es/article/opinion/1527107/anos/la/hermandad/san/mames.html

Talego Vázquez, Félix. 2003. “Significados simbólicos de las principales fiestas de Aroche”, VII Jornadas del Patrimonio de la Sierra de Huelva, Diputación Provincial, Rosal de la Frontera, 49-84: http://www.federacionsierra.es/media/documentos/doc337.pdf